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Retrospectiva 2023

Que ano foi 2023.


Possivelmente, todos dizem isso de todos os anos, mas acredito que é porque todos os anos tem uma grande contemplação de todos os altos e baixos da vida humana: alegria, desespero, felicidade, tristeza, sucesso, fracasso, etc. Cada vida em suas proporções e sem nenhuma linearidade ou padrão; mas, assim (parece) que acontece.


No meu caso, foi um grande misto dos dois lados da moeda: alegrias extremas e realizações de sonhos, e uma grande depressão e pavor. Com certeza, 2023 foi o ano em que mais aprendi sobre mim mesma, quem sou, o que quero, o que faço e porque faço/sou.


Os detalhes sórdidos nós deixamos para meus diários e minha terapeuta, e tampouco uma linha do tempo é necessária para explicar nada à ninguém, mas vale a pela refletir sobre que aconteceu e aprendi.


Realizei meu grande sonho de morar no exterior, depois de levar umas pauladas na cabeça. No exterior, tive que enfrentar TODOS os meus demônios. Havia tempo de sobra para qualquer picunha do meu passado vir me cutucar e PÁ. Tudo que evitei por tanto tempo (consciente e inconscientemente) veio à tona e cá estava eu.


Por meses me senti perdida, sozinha, desesperada. Me lembro de não me arrepender de ter saído do Brasil, porque eu PRECISAVA enfrentar isso. Ignorar meus fantasmas era prolongar a dor, era ignorar características que me moldaram e, o pior: nunca evoluir. Então eu persisti. Nossa, quantas lágrimas, medos, noites sem dormir, coração palpitando.


Mudanças foram feitas: mudei de área no emprego, fiquei mais seletiva e mais reclusa, passei a escolher melhor as batalhas que deveria lutar e deixei de me irritar (muito) por pouca coisa - apesar que pessoas burras ainda são meu calcanhar de Aquiles. Priorizei salvar minha saúde mental e física antes de me colocar em guerra de novo. Adotamos uma gatinha (Kiara). Me tornei mais ou menos intolerante à lactose. Realizei meu sonho de conhecer a Disneyland. Fui ver meus queridos no Brasil.


E parece que, assim como em um livro ou filme, o protagonista tem que ser testado para ver se realmente aprendeu alguma coisa com toda sua luta.


Recebi notícias tristes do meu lar. E minha tia faleceu. Nossos planos teriam que mudar inesperadamente por causas maiores que nós. Aprendi a parar de me vitimizar e colocar atenção além do meu umbiguinho viajante e dar amor e conforto para pessoas além de mim. Estava na hora de colocar em prática o que foi aprendido. Uma nova integrante veio para trazer mais amor (nossa cachorrinha gigante, Dasha).


Fácil? Seria um sonho se assim tivesse sido.

Acabou? Obviamente não. Algo que aprendi mesmo é que não há linearidade. A montanha russa da vida vai sim te trazer uns baques absurdos e dolorosos do mais absoluto nada, e sua vida vai continuar.

Me arrependo de algo? Não. Cada ínfimo detalhe de tudo que aconteceu esse ano me permitiu me tornar uma pessoa mais forte (que também quebra), resiliente (mas que fica puta com todas essas frustrações), centrada (mas me distraindo com pelúcias fofas), e outras coisitas mais.


Faria tudo de novo para chegar onde estou hoje.


Ainda faltam 22 dias para o fim do ano, mas me coube agora refletir sobre tudo que já me passou. As batalhas não param, porque a guerra nunca acaba.


Como diria nossa querida Mafalda "Justo a mim me coube ser eu."





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